Historia da cortiça
A história da Cortiça
Estudos
apontam para a origem do sobreiro na era terciaria entre os períodos Oligoceno
e Mioceno, sendo que algumas teorias indicam a sua existência desde a formação da
bacia do Mediterrâneo, há cerca de 60 milhões de anos.
Várias
espécies sucumbiram ao período Glaciar. O sobreiro porém terá resistido à
proteção térmica da sua casca – a cortiça
Há
mais de 10 milhões de anos terá sido depositado na bacia do Tejo um fragmento fóssil
da cortiça que foi recentemente encontrando atestando a ancestral presença do
sobreiro em Portugal.
Há
1300 anos antes de cristo, no antigo Egito, a cortiça era aplicada em
utensílios domésticos, nas artes da pesca e para vedação de vasilhas.
No
séc. III antes de Cristo na França foram descobertas várias ânforas contendo
vinho ainda em bom estado de conservação nos nossos dias.
No
séc. IV antes de Cristo na civilização romana, a cortiça servia de isolante em telhados,
era utilizada como isolante em ânforas e como palmilhas para calçados.
No
seculo V antes de Cristo na Grécia as ânforas eram vedadas com rolhas de
cortiça.
No
séc. XIII, no reino de Dom Diniz foram publicadas as cartas de criação das
coutadas que visavam proteger o sobreiro e a azinheira, dando mais-valias a
quem protegesse os novos chaparros. Desde essa época, o sobreiro foi alvo de
diversas legislações, incidindo desde a exploração ao comércio da cortiça.
No
seculo XV e XVI em Portugal a cortiça foi aplicada nas caravelas que levaram os
navegadores a descoberta do mundo. Ainda hoje, como há milhares de anos, a cortiça
é utilizada como bolas e flutuadores para rede de pesca.
No
seculo XVI em Portugal, todas as celas e aposentos dos frades do convento dos
Capuchinhos construídos em 1560 foram revestidos a cortiça proporcionando um
conforto extra.
No
seculo XVII na França, Dom Perignon encontrou na cortiça a solução ideal para
vedar os vinhos na famosa região de champagne. Nesse momento da história começa
a industrialização da rolha de cortiça
No
seculo XIX na europa e Estados Unidos novos equipamentos permitiram o
desenvolvimento da indústria de rolhas de cortiça.
No
seculo XXi a cortiça tem conquistado as mais exigentes industrias – automóvel,
transportes de ultima geração, aeronáutica – com soluções de alta eficiência e
versatilidade. Reforçar a inovação em aplicações de grande valor acrescentado é
um dos grandes desígnios da cortiça para o século XXI
Muito
antes da fixação humana, a cortiça – a casca do sobreiro – já criara raízes
neste planeta a que chamamos casa. No Alentejo, foram encontrados fragmentos
fosseis de sobreiro datados da época do plioceno, mas as origens do sobreiro
remontam a um período ainda recuado, entre os períodos do Oligoceno e do
Mioceno. Ou seja, há cerca de 25 milhões de anos.
A
longevidade do sobreiro só encontra par na sua impressionante resiliência.
Protegido pela casca, os sobreiros resistiram a um período glaciar. Talvez por
se tratar de uma matéria-prima espantosamente versátil, a cortiça foi sendo
consecutivamente adotada pelos seres humanos, desde a antiguidade,
independentemente do contexto politico e do curso, muitas vezes imprevisível,
da história.
Os
egípcios usavam cortiça para fabricar utensílios domésticos e instrumentos de
pesca. Na Grécia antiga, as ânforas eram adorados com símbolo da liberdade e da
honra – apenas sacerdotes tinham autorização para os cortar. Os romanos usavam
cortiça para cobrir tetos e telhados, enquanto os centuriões marchavam confiantes
com cortiça sob seus pés, nas solas das sandálias.
Um
pequeno passo para a cortiça, um grande salto para a humanidade!
Porque
é que as células se chamam células? A palavra vem de “cella”, que significa
camara ou pequeno quarto escuro, em latim.
Mas
como é que essa pequena unidade estrutural e funcional do organismo está
relacionada com um pequeno quarto?
A
resposta é a cortiça.
Em
1665, um cientista britânico, Sir Robert Hooke, observava um pequeno pedaço de
cortiça, usando um rudimentar microscópio, quando descobriu que a cortiça se
compunha de milhares de cavidades, em forma de favo de mel, que se assemelhavam
a pequenos refúgios criados pelo homem. Deste modo, a cortiça está sempre
ligada à fantástica descoberta da primeira célula.
Cerca
de 100 anos antes, em Portugal, um grupo de frades franciscanos vivia em células
ligeiramente diferentes.
No
convento dos Capuchinhos, em Sintra, as paredes e o chão das divisões estavam
forradas com cortiça. Nas suas celas isoladas, os monges dormiam sobre pranchas
de cortiça.
Não
há dúvida, a cortiça não cede à pressão. É o único solido que, ao ser apertado
de um lado, não aumenta de volume do outro.
Esta
característica é conhecida como “memória elástica” da cortiça.
A
cortiça pode ser comprimida ate metade da sua espessura sem perder
flexibilidade e depois, ao descomprimir, regressa naturalmente à sua forma
original.
Por
isso, é a campeã da resiliência. Graças à sua enorme elasticidade, a cortiça
adapta-se a variações de temperatura e pressão, sem sofrer quaisquer
alterações.
Apesar
de existir desde a pre-história, a cortiça é um dos materiais mais avançados do
mundo. O seu conjunto de propriedade é verdadeiramente espantoso. Tão perfeito,
que nenhum material produzido pelo homem foi capaz de replicar o que a natureza
criou. Não é por acaso que a cortiça é desconhecida como a “espuma da natureza”.
A
cortiça é elástica, leve, impermeável a líquidos e gases, resistente ao fogo e
as altas temperatura. É um fantástico isolante térmico e acústico, oferece
elevada resistência ao atrito, é hipoalergénica, confortável e suave ao toque.
Agora já sabe o que o torna inimitável.
A
rolha de cortiça típica mede apenas 45 mm, mas encerra muitíssima história.
A
invenção da solução garrafa de vidro/cortiça deve-se a um francês , o celebre
monge Dom Pierre Pérignon, que introduziu o binómio em 1678, mas , na verdade,
foram os ingleses que, no seculo XVII e XVIII, popularizaran a solução,
tornando-a global.
Ao
longo dos seculos XIX e XX, quando o engarrafamento e o consumo de vinho
conhecem uma grande expansão, a industria de rolhas atravessa mudanças
significativas. O trabalho manual é progressivamente substituído por istemas mecânicos,
que permitem aumentar a produção.
Hoje
em dia, a indústria da rolha funciona a um ritmo alucinante, incorporando altos
níveis de tecnologia. No entanto, o elo inquebrantável entre homem e maquina mantem-se
vivo.
Fonte: Wow Porto . museu da cortiça
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